MANAUS - O tombamento do 'Encontro das Águas' dos rios Negro e Solimões como patrimônio nacional não impedirá a construção do Porto das Lajes em Manaus, Amazonas. A informação é do superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Juliano Valente. Na última quinta-feira, o 'Encontro das Águas' foi tombado pelo Iphan.
- Com o tombamento o processo de licenciamento do Porto terá mais uma condição que é o atendimento às questões paisagísticas - disse Valente.
O projeto de construção do Porto está parado, esperando o licenciamento ambiental. O Porto das Lajes também foi criticado por possível poluição e até destruição do encontro das águas. A construção da nova central de captação de água, por exemplo, expõe pedaços de ferros no local.
O diretor da empresa responsável pelos trabalhos diz que o Porto das Lajes é menos perigoso ao meio ambiente do que os atuais empreendimentos que ficam nos arredores do fenômeno natural.
- É muito importante deixar claro para a sociedade que o Porto das Lajes e o Encontro das Águas não são coisas antagônicas. Pelo contrário é um empreendimento social e ambientalmente correto - disse o diretor responsável pela obra do Porto, Laurits Hansen.
Segundo a decisão de tombamento, ficam protegidos os dez quilômetros contínuos do encontro das águas escuras do rio Negro e das barrentas do Solimões, além de trinta quilômetros quadrados em seu entorno.
A empresa Lajes Logística construía um porto nas proximidades do local. A obra está parada por falta de licenciamento ambiental do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), desde junho do ano passado. Com a decisão do Iphan qualquer construção na área tombada deverá ser autorizada pelo Instituto. Também será necessário autorização por parte dos órgãos ambientais.
A área delimitada pelo tombamento abrange a Ilha de Xiborena, a comunidade Terra Nova, além dos bairros Mauazinho e Colônia Antonio Aleixo, o Lago do Aleixo e florestas localizadas nas proximidades.
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